segunda-feira, 2 de março de 2020

Christianni Zago adora uma boa conversa nas cozinhas candangas

51 dias para os 60 anos de Brasília

Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade. 

Christianni (de bermuda) ama a cozinha. O cômodo é, para ela, o ideal para receber os amigos em Brasília. Algo que faz, frequentemente, em seu apartamento, na Asa Norte. Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

“Recentemente, assisti a um documentário no canal Curta! sobre arquitetura, no qual um arquiteto francês, depois de elogiar a riqueza de conhecimento que as construções de Brasília proporcionam, e mostrar sob diversos ângulos o que considero ser um dos lugares mais bonitos do planeta, errou feio ao falar que a cidade é fria e que as pessoas são esquisitas.

Talvez por influência de sua conterrânea Simone de Beauvoir, que aqui esteve em 1960 e afirmou que Brasília nunca teria alma, coração ou sangue. Este ato falho da escritora está registrado no livro Brasília-z: cidade-palavra, do querido poeta Nicolas Behr.

Brinco que falar mal de Brasília é como criticar um amigo ou familiar querido e isso eu não admito. É uma pena ele, o francês, não ter tido bons olhos pra enxergar o calor que provém dessas lindas edificações e a chama que cada criatura que vive aqui emana.

Esse engano foi o mesmo cometido por um professor, estrangeiro, de sua língua materna, que tinha enorme dificuldade de entender o nosso português. Durante a aula, ele disparou a mencionar a frieza do povo daqui. Sabe o que fiz? Contra-argumentei de todas as maneiras que a minha limitação linguística permitia e o convidei a almoçar, para provar que o calor da cozinha daqui de casa iria virar aquela chave.

Esse, o convite, foi o meu melhor argumento. E tudo bem que ele, talvez, tenha confundido as coisas, provavelmente pela barreira da língua, e achado que aquele almoço teria segundas intenções. Mesmo tendo sido esclarecido que não era o caso, saiu, sim, com outra impressão. Infelizmente, o francês não teve a mesma oportunidade.

E, já que mencionei esse cômodo da casa, a cozinha, trata-se, sim!, de um enorme desatino ousar falar que os candangos brasilienses são impassíveis. Especialmente quando a minha experiência e a de tantos daqui prova justo o contrário, porquanto o lugar preferido é a cozinha e a conversa é animada, ruidosa e acolhedora. Cozinha em Brasília é o aposento favorito do aconchego do lar.

Falo agora um pouco de mim. Filha de goianos que já moravam aqui quando aqui nem era, ainda, o Quadradinho de Goiás, cresci com a secura que deixa o céu e o meu cabelo mais bonito e com as ruas que nos permitem passear de bicicleta ou de patins curtindo uma das paisagens mais lindas que se possa imaginar: planejamento urbano misturado com excesso de verde, o que nunca incomoda, e uma natureza nativa que obriga a sentar para admirar.

Eu amo Brasília! E, para quem ainda não ama, vai o meu convite: bora almoçar na minha ou, por que não?, na sua cozinha?

E tenho conhecimento para falar: Brasília prospera a cada dia. Tanto na riquíssima cultura – e ressalto a música, em uma constante ebulição –, bem como a poesia, em um verdadeiro alvoroço de ideias e artistas, quanto no povo querido e acolhedor e, também, na culinária igualmente rica e advinda de todo lugar. E nossa linda capital não deixa de ter esse viés calmo e tranquilo, sendo, por isso, considerada um dos melhores lugares para morar.

Aqui fiz e faço amigos de qualidade indescritível! Neste lugar existe a maior diversidade de gentes de todas as regiões do país e cada vez mais do globo que se possa imaginar. E, se o brasileiro tem a cara de todo mundo, com o passaporte mais requisitado do planeta, Brasília tem a cara de todo brasileiro e é justo nessa pluralidade que se encontra a razão de tamanha riqueza de recursos humanos nunca jamais vista!

Eu amo Brasília! E, para quem ainda não ama, vai o meu convite: bora almoçar na minha ou –, por que não? –, na sua cozinha?”

Christianni Viegas Zago, 48 anos, advogada, mora na Asa Norte



Christianni Zago adora uma boa conversa nas cozinhas candangas publicado primeiro em https://www.agenciabrasilia.df.gov.br

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