quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Secec quer popularização do livro e bibliotecas como mediadoras de linguagens

Transformar o livro num objeto do cotidiano e a biblioteca numa “mediateca”, pólo de mediação de linguagens. Estes foram os dois principais desafios apontados hoje (30) de manhã pelo subsecretário do Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) do DF, Cristian Brayner, na abertura da “Semana Nacional do Livro e da Biblioteca”, evento que celebra dois dos principais vetores capazes de formar uma sociedade leitora.

Saiba mais sobre a programação da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca

Em sua fala no auditório lotado da Biblioteca Nacional de Brasília para uma audiência de professores, bibliotecários, pedagogos e escritores, Brayner lembrou que relatório recente do Banco Mundial apontou que o Brasil precisará de 260 anos de políticas públicas de incentivo à leitura para alcançar o nível de países que se encontram na dianteira desse processo, como a Finlândia, por exemplo.

Pelos números do Instituto Pró-Livro, em pesquisa de 2016 “Retratos da Leitura no Brasil 4”, o brasileiro lê em média três obras por ano, muito abaixo dos sete consumidos na França. E cerca de 30% deles nunca compraram um livro. “A leitura demanda uma mediação que começa na família e é aprofundada na escola na interação com professores, a figura central nesse processo”, ressalta o subsecretário da Secec.

Presente ao evento, o subsecretário de Educação Básica da Secretaria de Educação (SEEDF), Hélber Ricardo Vieira, ressaltou que a parceria entre as duas pastas é fundamental para fazer das bibliotecas públicas e escolares espaços de compartilhamento com a comunidade de experiências educativas e prazerosas em torno do livro.

A gerente de política de leitura da SEEDF, Sonia Maria Soares dos Reis, que faz parte da Educação Básica, afirma que o maior desafio no caminho de formar o hábito de leitura é articular o perfil dos profissionais que atuam nas bibliotecas – pedagogos, bibliotecários, professores e servidores do setor técnico-administrativo. “Hoje a Educação dispõe de uma bibliotecária para 700 equipamentos”, revela. Já foram mais de 30, mas saíram cedidos para outros lugares no serviço público que têm planos de carreira para a especialidade, explica Sonia.

A diretora da BNB, Marmenha Rosário, frisa que “o hábito de leitura depende de criação de vínculo com o objeto livro, processo que é fruto da mediação feita pelos profissionais que atuam nas bibliotecas públicas e escolares”. A BNB dispõe de 26 bibliotecários e promove a troca de experiências entre estes e o universo de outros profissionais envolvidos no processo.

Essa vinculação também foi fruto de palestra para os presentes no lançamento da Semana. Com o título “Quando o livro conta a história”, o escritor Tino Freitas lembrou que a criança precisa de mediação para “fazer fricção” entre os elementos do objeto-livro: imagens, texto e paratextos (aspectos complementares que compõem o livro, como capa, relevos, texturas, encadernação).

Cristian Brayner lembrou também que as bibliotecas precisam deixar de ser meros repositórios de livros para fazer o cotejo entre linguagens, propiciando experiências estéticas e em contato com a demanda do público. Nesse sentido, lembrou que a BNB passou por revitalização na atual administração e disse que uma das prioridades da Supac é fomentar que prédios a serem construídos para ser bibliotecas sejam projetados com essa finalidade.

Também no encontro, a administradora regional de Riacho Fundo I, Ana Lúcia Melo, concordou com o subsecretário da Secec. “O Cristian ter me convidado para vir aqui hoje ilustra nossa preocupação em ter uma boa biblioteca”, afirma. Ela aguarda a adequação de um projeto para construir novo equipamento em sua região com recurso de emendas parlamentares.

“A biblioteca do Riacho Fundo I funciona precariamente há 30 anos num prédio de estrutura pré-moldada, sem tratamento de climatização nem acústico. E está numa das vias mais movimentadas e barulhentas da cidade. Vamos mudar isso”, afirmou ela.

A “Semana Nacional do Livro e da Biblioteca” continua hoje à tarde com a oficina “Fundo de Apoio à Cultura-FAC: como captar recursos para Projetos de Leitura, Escrita e Oralidade”, ministrada por Rosário. O evento terá ainda quatro encontros em regiões administrativas.

 

* Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa



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